Oração do Padre José de Anchieta
História: Um dos primeiros missionários católicos a chegar ao Brasil, o padre José de Anchieta ficou conhecido pelo seu admirável trabalho de catequese dos índios brasileiros.
Nascido em Tenerife (1533), uma das ilhas Canárias, filho de João Lopes de Anchieta, um revolucionário que tomou parte na Revolta dos Comuneiros contra o Imperador Carlos V, na Espanha; e um grande devoto daVirgem Maria. Sua mãe chamava-se Mência Dias de Clavijo y Larena, natural das Ilhas Canárias, filha de ex-judeus.
Anchieta viveu com os pais até os 14 anos, depois mudou-se para Coimbra – Portugal, onde foi estudar filosofia no Colégio das Artes até seus 18 anos, quando iniciou na Companhia de Jesus. Da família de 12 irmãos, Anchieta teve além dele, mais dois sacerdotes: O Padre Pedro Nuñez e Padre Melchior.
Entre os jesuítas, sua primeira atividade era ajudar na celebração de missas- chegava a efetuar mais de 10 missas por dia, trabalhando acima de 16 horas.
Porém, tanta dedicação causou-lhe alguns problemas de saúde, que se agravaram e se transformaram em constantes dores nas juntas e ossos do corpo, principalmente na coluna. Imaginando que as dores eram provas divinas, o Padre Anchieta dedicava-se ainda mais ao trabalho. O resultado foram dores por lesões permanentes que o acompanharam por toda a vida. Por essas dores ele se interessou em embarcar para o Brasil, devido ao fato de o clima ser mais ameno que o da Europa.
José de Anchieta chegou ao Brasil em 1553, junto com outros padres que se opunham a Contra-reforma religiosa na Europa, que tinham em mente a idéia de catequizar os habitantes das novas terras descobertas. José de Anchieta veio na esquadra de Dom Duarte da Costa, Segundo Governador Geral do Brasil. Junto com ele, vieram mais 6 padres jesuítas, todos doentes, iniciando os trabalhos evangélicos na capitania de São Vicente.
Anchieta não encontrou a cura para seus males e dores, mas se dedicou a catequizar os índios brasileiros e para isso, foi viver no meio deles, aprende com o Padre Auspicueta as primeiras palavras do Abanheenga, língua geral dos índios tupis e guaranis, aprendendo seus idiomas, seus costumes e lendas. Ele foi o primeiro a perceber que existia uma raiz comum nos diversos idiomas indígenas falados em nossa terra. José de Anchieta foi quem consagrou o termo “tupi”, para designar a essa raiz comum entre os idiomas indígenas.
A doze léguas dali, no dia 25 de janeiro ele formou o terceiro colégio regular do Brasil, dia em que foi realizada a primeira missa da fundação sendo celebrada a Conversão de São Paulo, e por esse motivo o lugar foi consagrado ao apóstolo desse nome.
Retornando a Piratininga foi nomeado reitor do Colégio de São Vicente, e elevado em 1578 à dignidade de provincial (superior) do Brasil depois da morte do Padre Manoel da Nóbrega. Chamado pelos gentios de payé-guaçu (amarra-mãos), e de santo pelos portugueses, o sacerdote apresentava-se desarmado diante de índios menos amigos, e obtinha triunfos extraordinários.
Transferido para o atual estado do Rio de Janeiro, participou ativamente da fundação da cidade e foi de importante atuação na expulsão dos invasores franceses calvinistas que ali pretendiam instalar uma colônia. Fundou a Santa Casa da Misericórdia no Rio de Janeiro (1582).
Desenvolveu sua atividade missionária também na Bahia, em Pernambuco e finalmente mudou-se para o Espírito Santo (1587), onde passou a se dedicar à organização de várias aldeias indígenas, até que morreu em Reritiba, hoje Anchieta.
Foi beatificado, ou seja, hoje o correto é chamá-lo de Beato José de Anchieta pelo Papa João Paulo II, no dia 22 junho de 1980, sem provas de seus milagres. O processo de beatificação já se arrastava por mais de 300 anos, a despeito do fato do “milagre” das “três almas salvas” onde em único dia ele conseguiu converter ao cristianismo um homem a morte (o índio Diogo em Santos – SP), um velho e um menino deficiente mental.
Oração do Padre José de Anchieta: Bem-aventurado José de Anchieta. Bem-aventurado José de Anchieta, missionário incansável e Apóstolo do Brasil, abençoai a nossa Pátria e a cada um de nós. Inflamado pelo zelo da glória de Deus, consumistes a vida na promoção dos indígenas, catequizando, instruindo, fazendo o bem. Que o legado de vosso exemplo frutifique novos apóstolos e missionários em nossa terra. Professor e mestre, abençoai nossos jovens, crianças e educadores. Consolador dos doentes e aflitos, protetor dos pobres e abandonados, velai por todos aqueles que mais necessitam e sofrem em nossa sociedade, nem sempre justa, fraterna e cristã. Santificai as famílias e comunidades, orientando os que regem os destinos do Brasil e do Mundo. Através de Maria Santíssima, que tanto venerastes na terra, iluminai os nossos caminhos, hoje e sempre. Amém.
Devoção: à Virgem Maria, os missionários e índios
Padroeiro: Dos apóstolos do Brasil